O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu, nesta terça-feira,26, levantar o sigilo do relatório da Polícia Federal (PF) que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. O documento de mais de 800 páginas descreve um suposto plano para manter Bolsonaro no poder e envolve a participação de diversas figuras públicas, além de uma tentativa de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin, e até de Moraes.
Suspensão do Sigilo e Envio à PGR
Moraes argumentou que, após o cumprimento das medidas investigativas e a apresentação do relatório final, não havia mais necessidade de manter o sigilo. O relatório da PF, que detalha a organização criminosa com a intenção de desestabilizar o processo democrático, será agora encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se irá apresentar uma denúncia contra os indiciados. A investigação envolve diversos núcleos de atuação, como desinformação, ataques ao sistema eleitoral e uma tentativa de golpe de Estado.
Sigilo Mantido sobre Delação de Mauro Cid
Apesar da retirada do sigilo do relatório, o ministro manteve a confidencialidade sobre a delação premiada de Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Cid foi ouvido pelo STF recentemente para esclarecer eventuais omissões em sua colaboração, mas o acordo continua valendo, com Moraes considerando que Cid contribuiu para as investigações.
Investigações e Indiciados
O relatório da PF aponta a articulação de um grupo de pessoas para criar um ambiente propício para o golpe, incluindo ataques às instituições e a disseminação de notícias falsas sobre as eleições de 2022. Entre os 37 indiciados estão figuras-chave como o ex-presidente Bolsonaro, militares, aliados políticos e outros envolvidos na tentativa de desestabilização. O julgamento e a possível denúncia pelos crimes de organização criminosa e tentativa de golpe de Estado estão agora nas mãos da PGR.